CASA MARIA MÃE DOS POBRES

domingo, 14 de junho de 2009

Oração à Virgem dos Pobres


15 de janeiro - Bélgica. 1ª aparição de Nossa Senhora dos Pobres, em Banneux (1933)

Oração à Virgem dos Pobres
Virgem Dos Pobres,

há muito tempo, vieste até nós,

chegaste a este canto selvagem e solitário

e, desde então, não cessaste de vir,

dás sinais a cada um de nós,

e nos chamas em nossa caminhada.

Tu nos sorris, sem nada dizer,

e caminhas à nossa frente.

Tu nos conduzes pelos bosques,

onde assobia o vento,

onde sopra o Espírito,

onde jorra a água dos lagos escondidos.

Virgem dos Pobres, nos te agradecemos

por teres vindo e por continuares a vir

a fim de aliviar a nossa solidão

e de nos recolocares no caminho certo,

para dissipar nossas dúvidas e angústias

e nos oferecer acesso às Bem-aventuranças.

Virgem dos Pobres,

ensina-nos a orar mais intensamente,

a crer sem reserva, sem qualquer dúvida,

a gritar do fundo de nossa baixeza,

pobres e pecadores que somos,

prisioneiros do próprio conforto,

para que possamos abrir nossas portas,

nossas fronteiras,

nossos corações

aos apelos de Deus

e às angústias de nossos irmãos

Nossa Senhora dos Pobres


A primeira tentação que nos sobrevém diante de tão sublime invocação de Maria, como Mãe de todos os Pobres, é determo-nos somente no redutor significado da pobreza como uma condição econômica e social desfavorecida. Mas a pobreza, na espiritualidade bíblica, atinge uma amplitude de conotações tão vasta, que atinge todos os homens de boa vontade, cuja atitude interior da alma manifesta uma disposição de suprema humildade, justiça, temor de Deus, obediência, serviço, mansidão na provação, sacrifício de si mesmo até‚ ao aniquilamento por amor ao outro... São os "Pobres de Javé", cujo clamor sobe aos ouvidos de Deus e que ressoa na literatura sapiencial e nos salmos.
Com os Profetas, o vocabulário da pobreza adquire um matiz moral e escatológico: os pobres, pequenos e humildes, oprimidos, fracos, indigentes, aqueles que se consideram pouca coisa, são eles os primeiros destinatários e herdeiros da redenção prometida. O Messias, também Ele, um Pobre de Deus, é enviado e ungido para "anunciar a Boa Nova aos pobres, curar os quebrantados de coração, proclamar a liberdade aos cativos, a libertação aos que estão presos... restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor" (Is 61,1; Lc 4, 18).
Submissos … vontade divina, os Pobres de Deus, constituem assim, um Resto de um povo humilde e simples que o Messias reunir de todas as nações e os colocar como uma luz para todos os homens. Despojados de toda vanglória, prestígio e sabedoria humana, e conscientes da sua indigência de méritos pessoais, serão eles as testemunhas verazes do socorro sempre presente do Pobre dos Pobres, que a todos enriquece. Para eles é a bênção proclamada no cimo da Montanha: "Bem-aventurados os pobres em espírito... os mansos... os aflitos... os que têm sede e fome de justiça... os puros de coração... os que promovem a paz... os que são perseguidos por causa da justiça... quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque ser grande a vossa recompensa nos céus..." (Mt 5. 2ss).
Neste contexto de pobreza que vive Maria, a Pobre de Nazaré. Os evangelistas pouco falam Dela. E tudo o que sabem sobre esses 30 anos escondidos da vida quotidiana da Família de Nazaré, o escutaram provavelmente da sua boca. Que comentam? Os feitos extraordinários de uma Mulher extraordinária, da qual fala veladamente toda a Escritura? Não! A Mãe falou-lhes do Filho!
As paredes da casinha de Nazaré são testemunhas silenciosas da visita do Todo Poderoso a uma jovem que passava incógnita entre todas as jovens do seu tempo. Uma vida normal de uma moça do campo, interrompida pela eleição … qual ansiavam todas as jovens de Israel: "Eis que a jovem concebeu e dar … luz um filho e por-lhe- o nome de Emanuel" (Is 7,14). Diante da eleição divina, a Serva considera-se pouca coisa e sem méritos. Não se ensoberbece, mas se humilha como quem não tem direitos sobre si mesma, sobre a sua vontade.
Diante do fecundo sinal da maternidade de Isabel, a Mãe do Salvador do Mundo não se exalta, mas proclama as maravilhas do Todo Poderoso, que "olhou para a humilhação de sua serva". É o Maravilhoso que faz maravilhas em favor do seu povo, conforme tinha prometido. Também com admiração escuta as profecias de Simeão e Ana. É sem compreender que guarda as palavras do Seu Filho no encontro no Templo. Nas bodas de Caná, a Escrava do Senhor, Mulher escondida, revela-se como a grande intercessora de todos os pobres em Espírito: "Não têm vinho". Não têm o Espírito, não têm Alegria, não têm Vida. A Serva do mundo intercedia pelos pobres do mundo.
Aos pés da Cruz, com a inteireza e mansidão de Mulher, provada pelo sofrimento compartilhado com Seu Filho, renuncia livremente ao Bem mais alto que tinha recebido e oferece o Cordeiro sem mancha, em libação pelos pecados dos filhos pecadores que recebe do Santo Crucificado.
Despojada de tudo e de si mesma, pobre, humilde, sempre disponível a fazer a vontade de Deus, não tendo nada, mas possuindo o Tudo, Maria ê dignamente aclamada como SANTA MARIA DOS POBRES.
A Bem-aventurada Virgem de Nazaré, Mãe de Deus e nossa Mãe, Senhora do Mundo e dos Céus, continua hoje, junto de Deus, intercedendo pelos filhos seus que ainda choram neste vale de lágrimas. A POBRE DE NAZARÉ é VERDADEIRAMENTE SANTA MARIA DOS POBRES.

Casa MARIA MÃE DOS POBRES - TRIAGEM

JESUS MUDOU O RUMO DA MINHA VIDA

Meu nome é Deusa Maria, tenho 38 anos e desde 2002 caminho junto à Comunidade Aliança de Misericórdia, mas há a alguns anos atrás eu achava impossível em minha vida ter um caminho como este.
Nasci numa família sem bens financeiros e nem caminhos religiosos, meus pais nunca nos incentivaram sequer ir à missa. Minha irmã gêmea meus dois irmãos, minha mãe e eu sofremos muito com meu pai porque ele era alcoólatra e já não trabalhava nem para garantir nossa alimentação. Aos 9 anos comecei a trabalhar como babá.
Passei momentos difíceis durante minha infância, pois às vezes meu pai ficava muito agressivo, e agredia minha mãe e os filhos, era terrível. Chegou um ponto onde meu pai já não tomava mais banho e ficava num estado deplorável. Ele veio a falecer no dia 31 de dezembro de 1996.
Nessa época eu já ia para igreja, participava de grupos de oração, mas fiquei um período sem entender ao certo o que eu queria da vida, não conseguia assumir nada por completo, era como se eu só enxergasse as coisas até a metade. Tinha medo de tudo, até de falar prá minha mãe das confusões em meu coração.
Aos 25 anos sofri uma violência sexual e ali acabou todo meu sonho, minha esperança de felicidade. Não denunciei porque o rapaz era meu namorado e minha família gostava muito dele. Tive medo do que minha sentiria.
Eu não tinha mais em quem confiar, a cada dia meu sofrimento ia aumentando, me revoltei, passei a me alcoolizar e não queria mais nem mesmo amizade com o sexo oposto. Vivi uma fase terrível porque sempre que um homem se aproximava de mim ficava bem claro o que ele queria. Não me tornei uma prostituta pela Graça de Deus, pois estava a ponto de largar minha própria vida.
Vivia confusa e sem chão, e quando minha mãe morreu tudo piorou, passei a ter em minha vida uma mistura de ódio, revolta e abandono. Morri junto com ela, pois ela era o único motivo pelo qual eu ainda vivia. Por várias vezes tive o desejo de me suicidar. Minha madrinha passou a me visitar e, todas as vezes, orava por mim. Um dia ela me chamou a atenção e me pediu para abrir os ouvidos e ouvir Jesus que me dizia o quanto me amava.
Naquele dia, resolvi questionar Deus sobre esse amor. Adormeci e tive um sonho onde estava com muita febre, então minha mãe apareceu e me disse que não queria me ver daquele jeito. E eu pedi para que ela me provasse que estava ao lado de Jesus e a prova seria me tirar daquele abismo.
No outro dia foi como se nada daquelas coisas ruins tivessem acontecido, voltei a trabalhar, prestei vestibular retomei minhas orações, foi como se eu tivesse nascido de novo.
No dia 8 de janeiro de 2002 às 9:00 horas comecei uma oração pedindo ao Senhor de me mostrar uma forma de ajudar Sua obra, ele rapidamente me ouviu. Às 9:05 horas o telefone tocou. Era uma missionária que me falou do trabalho da Comunidade Aliança de Misericórdia e me convidou para cortar voluntariamente o cabelo dos filhos acolhidos. E eu, obviamente, aceitei.
Foi então que minha vida mudou radicalmente!
Eu vinha pedindo à Deus que me desse alguém com o dom da caridade, alguém que tivesse sido tirado do buraco por Jesus. E durante este período de voluntariado conheci o Roberto, um dos filhos da Aliança que se envolveu com drogas, bebidas, morou nas ruas por um tempo de sua vida, e que agora estava fazendo um caminho de renascimento junto à Comunidade.
O Roberto, em contrapartida, um dia na capela pediu a Deus alguém que o ajudasse a caminhar, alguém que tivesse o desejo de servir ao Senhor. Este foi justamente o dia que cheguei na comunidade pela primeira vez. Nos encontramos quando ele saía da capela e para ele esta já foi a confirmação.
Fomos nos conhecendo melhor e fazendo um discernimento de muita oração e, em março de 2003, durante um repouso no Espírito, o Senhor me deu a confirmação também. Foram um ano e três meses de espera e, após esta confirmação, nós conversamos, oramos por mais um tempo e então pedimos permissão para o namoro. Foi um caminho bem difícil, mas a cada dia tínhamos muito mais certeza de nossos sentimentos. Sonhamos, sofremos e enfim, um ano e oito meses depois, nos casamos.
Nossa caminhada tem sido muito linda e sofrida, mas temos certeza de que Deus Pai sonhou tudo isso para nós e hoje, somos um casal consagrado e cuidamos da Casa de Triagem Maria Mãe dos Pobres em Rio das Pedras, próximo à Piracicaba.
Temos certeza que por mais que façamos, ainda será pouco diante do amor que Deus tem por nós e as maravilhas que fez e faz em nossas vidas.
Deusa Maria – Comunidade de Vida